Em 30 de novembro de 2024, o ChatGPT completou dois anos desde seu lançamento. Tornou-se um dos principais modelos de linguagem artificial (LLMs) do mundo, amplamente utilizado em educação, atendimento ao cliente e suporte técnico.
Muitas escolas usam o ChatGPT para ajudar alunos a responder perguntas complexas, enquanto empresas o utilizam para melhorar o atendimento e resolver problemas rapidamente.
Desde sua criação, o ChatGPT mudou como interagimos com tecnologias de inteligência artificial, tornando-as mais simples e acessíveis.
O ChatGPT continua liderando, com uma interface fácil de usar e uma comunidade que chegou a mais de 200 milhões de usuários semanais em 2024, mesmo com a concorrência de outros sistemas, como Gemini (Google), Llama (Meta) e Claude (Anthropic).

Esse sucesso mostra como a IA tem impactado nossas vidas, trazendo mudanças sociais, econômicas e éticas importantes.
O ChatGPT é amplamente utilizado para responder perguntas, fornecer informações rápidas e ajudar na tomada de decisões.
Estudantes o utilizam para entender conceitos complexos e realizar pesquisas escolares, enquanto profissionais o usam para gerar ideias e resolver problemas no trabalho.
Além disso, ele é útil no dia a dia, como quando alguém precisa de recomendações ou informações rápidas durante uma conversa.
Seja na escola, no trabalho ou em casa, o impacto do ChatGPT é claro. Contudo, com esse avanço surgem desafios, especialmente sobre como garantir o uso seguro e justo da IA para todos.
Facilidade de Uso e Acesso para Todos
O ChatGPT é fácil de usar, e isso ajudou muitas pessoas a terem acesso à inteligência artificial, mesmo sem muito conhecimento técnico.
Mas essa facilidade também traz problemas. Cornelia C. Walther diz que essa simplicidade pode fazer as pessoas aceitarem as respostas sem pensar muito, o que pode ser perigoso.
Isso significa que, apesar de mais pessoas poderem usar a tecnologia, existe o risco de que não questionem se as respostas estão realmente certas.
Por isso, é essencial lembrar que a IA tem limitações e não deve substituir nosso pensamento crítico.
O ChatGPT processa informações de maneira eficaz, mas não é infalível. Precisamos aprender a usar a IA de forma inteligente e crítica, entendendo que suas respostas são baseadas em dados e podem não estar 100% corretas.
Isso exige educação e incentivo para que as pessoas continuem curiosas e investiguem mais, em vez de simplesmente aceitarem tudo o que a IA diz.
Impactos na Economia: Desafios e Oportunidades
A IA prometeu melhorar a produtividade, mas também trouxe desafios. Pesquisadores como Erik Brynjolfsson e Gabriel Unger apontam que:
- Adoção limitada da IA pode fazer com que os benefícios fiquem apenas com grandes empresas, deixando trabalhadores em empregos menos produtivos e mais vulneráveis. Enquanto isso, as empresas que usam bem a tecnologia ficam cada vez mais fortes.
- Foco na inovação pode ajudar a liberar tempo para tarefas criativas, trazendo crescimento e permitindo que os trabalhadores se envolvam em atividades mais interessantes e de maior valor.
Daron Acemoglu alerta que investir em tecnologias que substituem trabalhadores sem aumentar a produtividade não é ideal. Substituir pessoas por máquinas deve ser feito de forma estratégica, para que a tecnologia melhore realmente a produtividade e as condições de trabalho, e não apenas reduza custos.
A IA também pode criar novas oportunidades, abrindo mercados e trazendo inovação para setores tradicionais.
Para isso acontecer de forma justa, é necessário que governos invistam em educação e treinamento, para preparar as pessoas para os empregos do futuro e garantir que os benefícios sejam distribuídos para todos.
Acesso Global e Exclusão Digital
Mesmo que o ChatGPT seja popular em muitos lugares do mundo, nem todos têm acesso a ele. Apenas metade das pessoas em países desenvolvidos conhece o modelo, enquanto no Brasil, apenas 21% disseram que já usaram algum tipo de IA.
Com cerca de 2,6 bilhões de pessoas ainda sem acesso à internet em 2024, a exclusão digital é um grande obstáculo para democratizar os benefícios da IA.
A falta de acesso à tecnologia e à internet impede que muitas pessoas aproveitem as vantagens da IA, o que aumenta as desigualdades sociais e econômicas. Para que a IA seja acessível para todos, é importante investir em infraestrutura e em políticas que garantam o acesso à tecnologia, independentemente de onde as pessoas vivem.
Por exemplo, iniciativas como programas de subsídios para acesso à internet em áreas rurais e parcerias público-privadas para criar pontos de Wi-Fi gratuito em comunidades carentes poderiam ajudar a reduzir a exclusão digital.
A exclusão digital é um problema que precisa ser resolvido para garantir que todos possam se beneficiar da revolução digital. Somente com acesso e educação podemos garantir que a IA ajude a melhorar a vida de todos e não apenas de uma minoria.
Questões Éticas e Reflexões sobre a IA
O uso de modelos como o ChatGPT traz vários desafios éticos, como desinformação, privacidade e preconceitos nos algoritmos. A pesquisadora Lucia Santaella fala da “quarta ferida narcísica” da humanidade, onde viver com máquinas inteligentes faz as pessoas questionarem o que nos torna únicos. Isso nos obriga a pensar sobre o que significa ser humano em um mundo onde as máquinas conseguem fazer muitas coisas que antes eram exclusivas das pessoas.
Bruce Mazlish sugere que a evolução humana está ligada às tecnologias que criamos. Ele acredita que, em vez de ver a IA como uma ameaça, podemos encarar a IA como uma extensão de nossas capacidades. Para isso, precisamos pensar sobre como usar a IA de forma que respeite valores como privacidade, autonomia e dignidade. É importante garantir que a tecnologia seja desenvolvida de forma justa e que beneficie a todos.
Essas questões éticas são sérias e precisam ser discutidas por desenvolvedores, governos e pela sociedade em geral, para garantir que a IA seja desenvolvida e utilizada de forma segura e justa.
Educação: O Caminho para o Futuro
Para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades da IA, precisamos investir em educação. É importante ensinar as pessoas a usar ferramentas como o ChatGPT de forma crítica e segura. Isso não significa apenas aprender como a tecnologia funciona, mas também entender as questões éticas e sociais que ela traz.
Supervisão humana e uso responsável devem ser prioridades. Educar as novas gerações para pensar criticamente e questionar as respostas da IA é essencial para evitar problemas. Com isso, podemos criar uma sociedade mais preparada para lidar com os desafios da inteligência artificial e garantir que todos possam aproveitar seus benefícios de forma segura.
Precisamos também de programas de educação digital para ajudar as pessoas a acompanharem as mudanças tecnológicas. Um exemplo é o programa ‘Computadores para Educar’ na Colômbia, que tem sido bem-sucedido em fornecer acesso a tecnologias e treinamentos digitais para estudantes e professores, ajudando a reduzir a exclusão digital e preparar as pessoas para o futuro. Isso inclui ensinar o básico sobre tecnologia e incentivar o pensamento crítico. Com uma educação forte, podemos garantir que a IA seja usada como uma ferramenta para melhorar a vida das pessoas, em vez de criar mais desigualdade.
Conclusão
Dois anos após seu lançamento, o ChatGPT ajudou a abrir discussões sobre tecnologia, sociedade e o futuro da inteligência artificial.
Seu impacto é enorme, tanto em termos de tecnologia quanto na forma como vivemos e trabalhamos. O futuro vai depender de como equilibramos os benefícios e os desafios, garantindo que todos tenham acesso às vantagens dessa revolução digital.
O ChatGPT mostra como a IA pode transformar nossas vidas de maneira positiva, mas também nos lembra dos cuidados que precisamos ter para garantir que essa transformação seja boa para todos.
Precisamos garantir que a revolução digital beneficie não apenas uma pequena parte da população, mas que seus benefícios sejam amplamente distribuídos, criando um mundo mais justo e igualitário.
O futuro da IA depende das escolhas que fazemos hoje, e é nossa responsabilidade garantir que essas escolhas sejam boas para todos.